A sessão da Câmara de Vereadores marcada para esta terça-feira (25) foi cancelada sob forte pressão popular, após manifestações intensas de beneficiários do programa social “Pão na Mesa”. A revolta foi motivada por um projeto de lei enviado pelo prefeito Antonio Calmon, que propõe reduzir o valor do benefício e impedir o pagamento a famílias que já recebem o Bolsa Família, além de vetar que o beneficio seja concedido para crianças autista, deficientes físicos e idosos que são contemplados com o BPC – Beneficio de Prestação Continuada.
Desde as primeiras horas da manhã, dezenas de moradores se concentraram em frente à sede do Legislativo Municipal. Com panelas vazias nas mãos, os manifestantes entoavam palavras de ordem como “Queremos solução!”, em protesto contra o que chamam de retrocessos sociais inaceitáveis. O clima foi de tensão e resistência, o que levou ao adiamento da sessão, inicialmente prevista para apreciação do controverso projeto.
“Pão na Mesa” na mira de cortes
O programa “Pão na Mesa” é considerado um dos principais auxílios sociais do município, garantindo um reforço alimentar a milhares de famílias em situação de vulnerabilidade. A proposta do Executivo, no entanto, foi recebida com indignação por parte da população, especialmente após o anúncio de que os valores seriam reduzidos e parte dos beneficiários excluídos justamente os mais pobres, já contemplados pelo Bolsa Família.
“Estão querendo tirar da boca de quem tem fome. Esse programa é uma conquista do povo e não pode ser destruído assim. Receber o Bolsa Família não nos impede de precisar de mais ajuda”, disse uma moradora durante o protesto.
Mobilização e cobrança aos vereadores
A manifestação teve como objetivo sensibilizar os vereadores, cobrando que não aprovem o projeto da forma como foi encaminhado pela Prefeitura. Para muitos presentes, os cortes representam um ataque direto à dignidade dos mais necessitados e comprometem o mínimo existencial de centenas de famílias franciscanas.
A ausência de diálogo e a rapidez com que o projeto foi enviado para votação também foram alvos de críticas. Líderes comunitários pedem que a proposta seja devolvida ao Executivo para que seja amplamente debatida com a sociedade civil organizada.
Sem sessão, sem resposta
Com o cancelamento da sessão, os manifestantes prometeram intensificar a mobilização nos próximos dias. Eles exigem que a Prefeitura revogue o projeto ou promova alterações significativas, respeitando os direitos conquistados e ouvindo a população antes de qualquer decisão.
A Câmara de São Francisco do Conde ainda não informou o motivo oficial do cancelamento da Sessão, mas o recado das ruas foi claro: a cidade não aceitará calada o desmonte das políticas sociais.